

Israel ameaça Khamenei após bombardeio iraniano em hospital deixar 40 feridos
Israel alertou nesta quinta-feira (19) que "não se pode permitir" que o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, continue existindo, após uma salva de mísseis atingir um hospital, ao mesmo tempo em que seu Exército bombardeava instalações nucleares no Irã.
No sétimo dia do conflito sem precedentes entre os dois arquirrivais do Oriente Médio, o presidente americano Donald Trump, aliado de Israel, não descartou uma ação militar para interromper o programa nuclear do Irã, acusado de tentar desenvolver armas atômicas, o que Teerã nega.
Após um ataque particularmente violento envolvendo dezenas de mísseis iranianos, várias regiões de Israel estavam em alerta e moradores se refugiaram em abrigos.
O Hospital Soroka, em Bersheba, no sul do país, foi atingido por um ataque iraniano e sofreu "danos significativos", informou o centro de saúde, que reportou 40 feridos.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel relatou um "ataque direto" a este centro médico, que atende principalmente soldados israelenses feridos na guerra em Gaza.
Após o ataque, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu o "respeito" e a "proteção" dos hospitais em nome do direito internacional.
O ministro da Defesa de Israel afirmou logo depois que o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, "não pode continuar existindo".
"O covarde ditador iraniano... disparou deliberadamente contra hospitais e edifícios residenciais em Israel. Este é um dos crimes de guerra mais graves, e Khamenei terá que pagar por seus crimes", afirmou anteriormente o mesmo ministro, Israel Katz.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em uma coletiva de imprensa no hospital atacado que Israel fará "desaparecer" a ameaça dos mísseis nucleares e balísticos do Irã.
"Nosso objetivo é duplo: nuclear e balístico. Nós vamos eliminá-los. Estamos no processo de finalizar a erradicação dessa ameaça", completou.
- Ataques a estruturas nucleares em Arak e Natanz -
Durante a noite, o Exército israelense anunciou que atacou um "reator nuclear inativo" em Arak e "bombardeou uma instalação de desenvolvimento de armas nucleares na área de Natanz", no centro do Irã.
Cerca de 40 aviões de guerra participaram dos ataques aéreos, que atingiram dezenas de locais, informou o Exército. Israel afirmou anteriormente ter destruído "a principal instalação" da usina de enriquecimento de urânio de Natanz.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou na terça-feira sobre "elementos que mostram impactos diretos nas câmaras subterrâneas" da usina.
O Irã acusou a AIEA nesta quinta-feira de atuar como "aliada" da "guerra de agressão" de Israel.
"Vocês traíram o regime de não proliferação; vocês fizeram da AIEA uma aliada nesta injusta guerra de agressão", escreveu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, na rede X, em um comentário dirigido ao chefe da AIEA, o argentino Rafael Grossi.
No Irã, os ataques israelenses deixaram pelo menos 224 mortes desde o início da guerra, segundo um balanço oficial. Em Israel, os disparos iranianos provocaram 24 mortes, segundo o governo.
O Irã prometeu que "continuará exercendo seu direito à autodefesa (...) e faremos o agressor se arrepender e pagar por seu grave erro", escreveu o chefe da diplomacia Abbas Araqchi nesta quinta-feira no X.
- "Todas as opções estão sobre a mesa" -
Na quarta-feira, Khamenei declarou que seu país jamais se renderia, respondendo ao chamado de Trump para "se render incondicionalmente".
O Irã reafirmou nesta quinta-feira que "todas as opções estão sobre a mesa" no caso de uma intervenção americana no conflito, após o líder iraniano alertar os Estados Unidos de que tal intervenção causaria "danos irreparáveis".
Donald Trump afirmou na quarta-feira que ainda não havia tomado uma decisão sobre o possível envolvimento dos Estados Unidos nos ataques de Israel ao Irã e declarou à imprensa: "Pode ser que sim ou que não". "Ainda não tomei uma decisão final", disse mais tarde.
Questionado sobre uma possível queda do atual regime em Teerã, ele disse que "poderia acontecer".
Trump afirmou anteriormente que os Estados Unidos, se assim desejassem, poderiam matar o aiatolá Khamenei.
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U.Sparacello--IM