Il Messaggiere - Assembleia Geral da ONU denuncia 'segregação' de mulheres no Afeganistão

Assembleia Geral da ONU denuncia 'segregação' de mulheres no Afeganistão
Assembleia Geral da ONU denuncia 'segregação' de mulheres no Afeganistão / foto: Atif Aryan - AFP/Arquivos

Assembleia Geral da ONU denuncia 'segregação' de mulheres no Afeganistão

A Assembleia Geral da ONU denunciou, nesta segunda-feira (7), o "sistema institucionalizado" de "segregação" de mulheres e meninas estabelecido pelo governo talibã no Afeganistão em uma resolução que contou com o voto contrário de Estados Unidos e Israel.

Tamanho do texto:

Aprovada por 116 votos a favor, dois contra e 12 abstenções, a resolução "expressa sua profunda preocupação com a opressão grave, intensificada, generalizada e sistemática de todas as mulheres e meninas no Afeganistão" pelos talibãs.

Estes estabeleceram "um sistema institucionalizado de discriminação, segregação, falta de respeito pela dignidade humana e exclusão de mulheres e meninas", denuncia.

Os signatários instam o governo talibã "a recuar rapidamente" em algumas de suas políticas, em particular a lei de Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, "que amplia as já intoleráveis restrições impostas aos direitos humanos das mulheres e das meninas e às liberdades individuais fundamentais de todos os afegãos".

A resolução também saúda com satisfação os diálogos de Doha, iniciados em 2023 pela ONU para coordenar a aproximação da comunidade internacional das autoridades talibãs, nas quais pela primeira vez participaram representantes do governo afegão, em julho de 2024.

O texto pede ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que "nomeie um coordenador para facilitar uma abordagem internacional mais coerente, coordenada e estruturada".

Os Estados Unidos, que votaram contra a resolução, rejeitaram este compromisso com os talibãs.

"Quase quatro anos depois de os talibãs tomarem o poder, continuamos tendo as mesmas conversas e falando com os mesmos supostos líderes talibãs sobre a melhora da situação no Afeganistão sem exigir-lhes resultados", disse Jonathan Shrier, representante americana nesta sessão.

"Os Estados Unidos não permitirão por mais tempo este comportamento odioso", acrescentou.

Os talibãs voltaram ao poder em 2021, após derrubar o governo apoiado pelo Ocidente e impor à população afegã uma versão rigorosa da lei islâmica.

Na semana passada, a Rússia se tornou oficialmente o primeiro país a reconhecer o governo dos talibãs no Afeganistão.

K.Costa--IM