

Na Amazônia, Lula e Petro rechaçam 'ameaças' à soberania latino-americana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, rejeitaram nesta terça-feira (9) "ameaças" à soberania latino-americana ao lançar um organismo de combate ao crime na Amazônia, enquanto os Estados Unidos posicionam um contingente militar perto da Venezuela.
O governo de Donald Trump posicionou navios de guerra com 4 mil tropas no mar do Caribe e, no fim de semana, enviou uma dezena de caças F-35 a Porto Rico como parte de uma operação antinarcóticos.
"Não precisamos de intervenções estrangeiras. Nem de ameaça da nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções", disse Lula na cidade brasileira de Manaus (norte) durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI).
O organismo coordenará o trabalho das forças de segurança dos nove países com território amazônico, que sofrem os efeitos do desmatamento, da mineração ilegal e do narcotráfico.
Juntamente com Petro e a vice-presidente equatoriana, María José Pinto, Lula pediu o fim do que considera "verdadeiras multinacionais do crime" que atuam na Amazônia, a dois meses da conferência climática COP30 que acontecerá na cidade amazônica de Belém.
Petro alertou sobre a "ameaça" de uma "possível invasão" à Venezuela.
"Ninguém que seja da América do Sul deve apoiá-la", disse o presidente colombiano. "Uma coisa é resolver um problema político, outra coisa é acabar com a nossa dignidade e com a nossa soberania", acrescentou.
A maior floresta tropical do planeta é crucial na luta contra o aquecimento global.
Petro viajou ao Brasil para apoiar a iniciativa do CCPI anunciada durante a Cúpula dos Países Amazônicos, realizada em Bogotá em agosto.
"A máfia compra policiais, juízes, promotores, políticos e até presidentes, não apenas na América Latina, mas também nos Estados Unidos. (...) Essas máfias tornaram-se os principais destruidores da Amazônia", disse nesta terça-feira o presidente colombiano.
O CCPI vai fortalecer a presença estatal em áreas remotas tradicionalmente controladas por organizações criminosas, que obtêm rendimentos milionários da extração ilegal de recursos naturais, segundo a Presidência brasileira.
R.Marconi--IM