

México e Canadá miram T-MEC mais 'justo' e 'eficaz' com EUA
México e Canadá visam um tratado comercial T-MEC mais "justo" e "eficaz", disse nesta quinta-feira (18) o primeiro-ministro canadense antes da revisão do acordo assinado entre ambos os países e os Estados Unidos, apesar das políticas protecionistas de Donald Trump.
O premiê canadense Mark Carney, que visita a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, em um momento em que a ofensiva tarifária global de Trump viola os termos do T-MEC, está confiante de que a revisão do tratado prevista para janeiro permitirá torná-lo mais "justo" e "eficaz".
Canadá e México estão "comprometidos" com o acordo comercial que os três países mantêm desde 2020, e que tornou a América do Norte a "inveja econômica" do mundo, acrescentou Carney.
"Sou otimista, não apenas por convicção, mas porque acredito que o tratado comercial [...] vai prevalecer", afirmou, por sua vez, Sheinbaum, durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro canadense, posterior à reunião de ambos no Palácio Nacional do México.
A recém-iniciada fase de consultas do T-MEC antes da sua revisão acontece no momento em que o magnata republicano impõe tarifas sobre alguns produtos exportados por seus parceiros e ameaça impor novos encrgos caso eles não tomem medidas para conter o tráfico de drogas e a migração irregular para os Estados Unidos.
Carney "vem para fortalecer a relação entre México e Canadá que, além do próprio tratado que temos, é fortalecer o comércio, [e] investimentos econômicos em certos setores", disse Sheinbaum mais cedo durante sua habitual coletiva matinal.
Ela antecipou que entre as iniciativas está reforçar a troca de mercadorias "através dos portos entre Canadá e México", em vez de travessias por estradas ou trens através do território dos Estados Unidos.
Também está na pauta abordar a ampliação do programa de emissão de vistos especiais para trabalhadores mexicanos, assim como a cooperação em educação, energias renováveis e inovação, acrescentou Sheinbaum.
Carney chegou ao palácio presidencial do México acompanhado por sua esposa, a economista Diana Fox, onde foi recebido por Sheinbaum e seu marido, Jesús Tarriba. Os dirigentes e seus cônjuges participaram então de uma cerimônia oficial de boas-vindas.
Antes de sua viagem, o Carney afirmou que Canadá e México mantêm "uma relação sólida", construída ao longo de "mais de três décadas de livre comércio".
Estamos focados em aprimorar nossas parcerias em comércio, negócios, segurança e energia", disse o primeiro-ministro, citado em um comunicado oficial.
- Brecha -
Seus objetivos visam reduzir a enorme brecha entre o comércio bilateral e o que ambos os países mantêm com os Estados Unidos, principal destino das exportações mexicanas e canadenses.
O comércio bilateral de mercadorias entre o México e seu vizinho mais ao norte totalizou mais de 763 bilhões de dólares em 2024 (4,04 trilhões de reais, na cotação atual), enquanto o comércio dos Estados Unidos com o Canadá atingiu quase 762 bilhões de dólares no mesmo período (4,03 trilhões de reais).
Em contraste, o intercâmbio de mercadorias mexicanas e canadenses limitou-se a 31,8 bilhões de dólares (168 bilhões de reais, na cotação atual) no mesmo ano, segundo dados oficiais mexicanos.
O Canadá é o quinto maior parceiro comercial do México no mundo, enquanto o país latino-americano ocupa o terceiro lugar entre as nações com as quais os canadenses negociam.
A visita de Carney foi precedida pela reunião que Sheinbaum teve em agosto com o ministro das Finanças canadense, François-Philippe Champagne, e com a chanceler desse país, Anita Anand.
Em junho, os líderes tiveram um primeiro encontro no contexto da cúpula do G7, realizada em Kananaskis, no Canadá.
P.Rossi--IM