Il Messaggiere - Novo governo do Japão aprova reativação econômica de USD 135 bi

Novo governo do Japão aprova reativação econômica de USD 135 bi
Novo governo do Japão aprova reativação econômica de USD 135 bi / foto: Kazuhiro NOGI - AFP

Novo governo do Japão aprova reativação econômica de USD 135 bi

O novo governo japonês aprovou nesta sexta-feira (21) um importante pacote de estímulo com o objetivo de aliviar o impacto da inflação, em uma medida que a primeira-ministra Sanae Takaichi qualificou como fiscalmente "responsável".

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O conjunto de medidas, no valor de 21,3 trilhões de ienes (cerca de 135 bilhões de dólares ou 720 bilhões de reais), inclui subsídios energéticos e cortes de impostos, com o objetivo de impulsionar o crescimento do país, cuja população está cada vez mais preocupada com o aumento dos preços.

O aumento do custo de vida contribuiu para a queda do ex-primeiro-ministro Shigeru Ishiba, que precedeu Takaichi no cargo. Ela assumiu o poder no mês passado com a promessa de combater a inflação.

No entanto, seu pacote de reativação gerou temores de que a já colossal dívida do Japão aumente ainda mais, o que fez com que os rendimentos dos títulos do governo atingissem níveis históricos e que o iene se desvalorizasse em relação ao dólar.

"Uma política fiscal proativa e responsável significa uma estratégia fiscal com visão de futuro e não tem como objetivo buscar o crescimento de forma imprudente ou expansiva", defendeu Takaichi em Tóquio ao apresentar o estímulo.

"Por meio da aplicação rigorosa do conceito de gasto prudente, implementaremos estrategicamente medidas fiscais para proteger a vida de nossos cidadãos e construir uma economia forte", acrescentou.

Segundo a primeira mulher a governar o Japão, as medidas conseguirão reduzir "a relação entre a dívida pública e o PIB", alcançar a "sustentabilidade fiscal" e ganhar "a confiança do mercado".

A relação atual entre a dívida e o PIB do Japão é de cerca de 250%, uma das mais altas entre as principais economias.

- Preços e iene -

As expectativas de que Takaichi embarcasse em uma onda de grandes gastos estavam pressionando a moeda japonesa. E um iene mais fraco eleva os preços das importações para um arquipélago pobre em recursos, que depende fortemente de alimentos, energia e matérias-primas estrangeiras.

A ministra japonesa da Economia, Satsuki Katayama, fez nesta sexta-feira o alerta mais contundente até agora de que o governo poderia intervir para apoiar a moeda, ao afirmar que tomará "as medidas adequadas contra os movimentos desordenados (do mercado de câmbio)".

"O Japão tem aplicado políticas econômicas expansionistas há muito tempo sem conseguir estimular a economia", afirmou Margarita Estevez-Abe, analista da Maxwell School da Universidade de Syracuse.

"Enquanto isso, a dívida pública japonesa aumentou. Já estamos vendo as reações negativas do mercado (...). Uma maior desvalorização do iene afetará os lares japoneses com um aumento dos preços", explicou à AFP.

Dados oficiais divulgados nesta sexta-feira mostraram que a taxa de inflação anual em outubro, excluindo os alimentos frescos, acelerou para 3,0%, em comparação com 2,9% em setembro, embora em linha com as expectativas do mercado.

A.Goretti--IM