

Ataques israelenses deixam 60 mortos, metade perto de centros de ajuda de Gaza
A Defesa Civil de Gaza afirmou que pelo menos 60 pessoas morreram nesta sexta-feira (20), atingidas por tiros ou bombardeios do Exército israelense, incluindo 31 palestinos que buscavam ajuda, no mais recente incidente mortal perto de pontos de distribuição de ajuda humanitária.
O porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal, disse à AFP que cinco pessoas morreram quando aguardavam ajuda no sul da Faixa de Gaza e outras 26 perto de uma área central conhecida como corredor de Netzarim, uma faixa de terra controlada por Israel que divide o território palestino.
Milhares de pessoas comparecem todos os dias a diferentes pontos do território sitiado com a esperança de receber porções de comida, enquanto a fome paira sobre Gaza após mais de 20 meses de guerra.
O Exército israelense afirmou à AFP que suas tropas na área de Netzarim dispararam primeiro "tiros de advertência" contra "suspeitos" que se aproximavam.
Quando os indivíduos continuaram avançando, "uma aeronave atacou e matou os suspeitos para eliminar a ameaça", disse o Exército.
Incidentes similares têm ocorrido regularmente nesta área desde o final de maio, quando a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Estados Unidos e Israel, com financiamento obscuro, abriu seus centros de distribuição.
As distribuições da GHF são caracterizadas por cenas caóticas e mortais.
Israel impôs no início de março um bloqueio humanitário ao território, parcialmente aliviado no final de maio, que provocou severas privações de alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais.
As agências da ONU também distribuem, mas de maneira marginal, produtos essenciais, incluindo farinha.
Desde então, 397 pessoas morreram e mais de 3.000 ficaram feridas ao tentar chegar aos pontos de distribuição de ajuda em Gaza, segundo o balanço atualizado do Ministério da Saúde do Hamas, cujos números são considerados confiáveis pela ONU.
Com as restrições impostas por Israel à imprensa em Gaza e as dificuldades de acesso ao território em guerra, a AFP não pode verificar de forma independente os balanços de vítimas da Defesa Civil.
A.Bruno--IM